Objetivo:identificar nomes, significados e representações de divindades nos
contextos familiar e comunitário, contemplando as quatro matrizes.
Reconhecer e respeitar as
ideias de divindades de diferentes manifestações e tradições religiosas das
quatro matrizes.
Encaminhamento:
Conversar com os estudantes sobre a palavra ORIXÁS
O que são os
orixás?
Reza a tradição que os deuses dos terreiros
têm origem nos clãs africanos, divinizados há mais de 5 mil anos. A história
que se conta é que eles foram inspirados em homens e mulheres capazes de
intervir nas forças da natureza por meio de caça, plantio, uso de ervas na cura
de doenças e fabricação de ferramentas. Os orixás têm características humanas,
virtudes e defeitos: podem ser vaidosos, temperamentais, ciumentos, maternais.
Os atributos, quase sempre, têm um paralelo com o meio ambiente.
OBJETIVOS: Exemplificar alimentos
considerados sagrados por diferentes culturas, tradições e expressões religiosas,
nas quatro matrizes. Identificar significados atribuídos a alimentos em
diferentes manifestações e tradições religiosas, nas quatro matrizes
DESENVOLVIMENTO:
Com auxílio do datashow reproduzir para os estudantes o trecho da videoaula Ensino
Religioso - 2º e 3º ano - 17/06/2020 (trecho 19:13 à 23:11) onde conta-se o
mito de Omolu.
Em seguida ouvir ao Ponto de
Obaluaê - Senhor das palhas, chamar atenção dos estudantes para o trecho em
destaque:
É Obaluaê
É Obaluaê
É Atotô
É Obaluaê
É Obaluaê
Se você está sofrendo
Num leito frio e com dor
Com pipoca e dendê
Muita gente ele curou
Se o seu corpo está ferido
E não pode mais suportar
Peça proteção a ele
Que ele irá lhe ajudar
Seu Obaluaê
É Obaluaê
É Obaluaê
É Atotô
É Obaluaê
É Obaluaê
Conhece o segredo da vida
Do começo, meio e fim
Ó meu senhor das palhas
Tenha muita dó de mim
Na procissão das almas
Que partem para o infinito
Ele vai mostrando a elas
Outro mundo mais bonito
Seu Obaluaê
Em sala, propor aos estudantes a
confecção de “pipocas” com papel crepom branco para compor o alguidar de Omulu em um cartaz para exposição na escola, contando sobre esse alimento sagrado de
matriz africana.
Demostrar as imagens a seguir,
para referência e ampliação do repertório.
Identificar, distinguir e respeitar símbolos religiosos de distintas manifestações, tradições e instituições religiosas, contemplando as quatro matrizes.
AMACI vem da palavra ‘amaciar’, ‘tornar receptivo, é um dos rituais mais importantes da Umbanda.
O ritual de Amaci é uma espécie de iniciação do médium com a casa a qual está participando efetivamente, é uma benesse para o médium, pois através desse ritual se atrai e firma sua espiritualidade e compromisso com a religião, juntamente com a casa que escolheu para o seu desenvolvimento mediúnico e com os guias que irão se desenvolver.
Tem a função de “despertar” as faculdades mediúnicas, potencializando a sensibilidade e aguçando a mediunidade, também é um meio de o médium se manter em constante zelo pelo Pai de Santo, pois o Amaci é constantemente iluminado e mantido alimentado com orações e outros rituais realizados pelo Pai de Santo e/ou guia responsável pela casa.É através do Amaci que o médium se liga e se aproxima com Orixá regente de sua Coroa, firmando e recebendo a energia mais pura deste Orixá.
Passo a passo:
O ritual de Amaci é realizado através de uma lavagem de cabeça (chacra coronário), com a bebida do Orixá, juntamente com um preparo de água com ervas especificas, seguindo também de rituais específicos pertinentes a cada Terreiro.
Para realização deste importantíssimo ritual, o médium deve fazer alguns preceitos e resguardos durante alguns dias como: não ingerir bebida alcoólica, não se alimentar de qualquer tipo de carne, não ter relações sexuais, manter o equilíbrio espiritual e mental, tomar banhos de ervas, evitar contato físico, se alimentar com refeições mais leves e etc. (o preceito pode variar conforme a casa e o dirigente)
Ao contrário do que muitos pensam, o Amaci não é uma prisão do médium com a casa, sendo assim poderá ser levantado pelo Pai de Santo na saída do médium da casa ou por eventual descompromisso ou por não seguir a conduta da casa. Amaci só acontece uma vez na vida do Médium, o resto são lavagens de Coroa.
Exemplos de ervas usadas para o ritual do Amaci:
Oxalá: boldo ( tapete de Oxalá), hortelã, alfazema, alecrim, alevante, manjericão, alfavaca, girassol, camomila, manjerona, malva branca, mil folhas, salvia, rosa branca, poejo, funcho (erva doce)
Iemanjá: folhas de lagrima de nossa senhora (capiá), hortelã, alfazema, rosa branca, flor e folhas de laranjeira, folha de trevo, jasmim, malva branca, pata de vaca marianinha.
Xangô: folha de café, alevante, hortelã, ameixeira, erva de são João, mil homens (angélico), quebra pedra, alfavaca roxa, lírio do brejo, gervão, eucalipto limão, pariparoba.
Conhecer a existência de diferentes ritos e
rituais de iniciação, contemplando as quatro
matrizes.
Caracterizar ritos de iniciação e de passagem
em diversos grupos religiosos (nascimento,
casamento e morte), contemplando as quatro
matrizes.
CONTEÚDOS: Ritos religiosos.
ENCAMINHAMENTO:
Texto para apoio do professor
O
batismo de bebês e crianças é um momento sublime e de grande importância. É
neste momento em que a criança recebe as bênçãos e a proteção da
espiritualidade. Na umbanda o batismo é feito por aspersão, na qual a água é derramada sobre a
cabeça do batizando.
Nessa
ocasião assim como em outros momentos de gira (nome utilizado para designar a reunião)
os médiuns utilizam vestimentas brancas, o branco é a cor oficial da Umbanda,
não só por representar a paz, mas também pelo sentido que possui
relacionado aos fundamentos da religião. Um deles é que o branco é o
resultado da união de todas as cores refletidas, sugerindo assim o que são as
premissas da Umbanda: a junção de influências em uma só crença, a
união de todos os orixás em um só Deus e de todas as linhas de trabalho em um
só objetivo o da caridade-amor.
A
cor também contribui terapeuticamente, auxiliando na concentração e inspirando
bons fluidos, além de que o branco é a cor de Pai Oxalá, regente da fé, do
sentido religioso e da criação deste mundo. Para os frequentadores o branco traz a ideia de igualdade entre os participantes da gira.
As
guias (colares utilizados no pescoço) são verdadeiros para-raios em defesa dos
médiuns. Elas são imantadas pelos guias chefes ou pelos dirigentes da casa
através das energias da natureza para servirem de escudos contra as energias
negativas que possam se aproximar dos servidores da Umbanda na prática da
caridade. Se por algum momento, alguma carga negativa se aproximar, essa carga
se choca à guia de contas como um escudo de proteção para o médium.
As
guias, além de servirem de proteção, também têm outras funções como:
-
Elo de ligação psíquica entre médium e espírito;
-
Instrumento de auxílio nos tratamentos espirituais;
Serão
confeccionadas de acordo com as regras da casa espiritual ou a pedido de uma
entidade específica.
SAL: representa o sabor
da vida, o prazer em viver
AZEITE: representa
a unção
ÁGUA: é a matriz da vida,
representa a tradição de se lavar a cabeça, purificação e é o ponto de culminância
no batizado, traz o sagrado através da coroa da criança.
VELA: significa a luz.
Quando se acende uma vela, se firma uma intenção, se abre um portal para
espiritualidade
FLORES: são
utilizadas para enfeitar, trazer alegria ao momento
PONTO CANTADO: nesse
momento também, canta-se um ponto específico para celebrar o batismo do bebê
Batismo No
Jordão - Terreiro
do Pai Maneco
Vou pedir a São João /O batismo no Jordão /Água pra benzer
Benzer e bem dizer / Sal, sabor da vida / Vida, viva com amor / Óleo para unção
União com o fogo do saber / Vamos todos meus irmãos
Estender as nossas mãos /Para abençoar este filho dos Orixás
Segue o teu caminho/Nada lhe faltará / Zambi está contigo /E sua vida iluminará
IMPORTANTE:A ritualista de umbanda é bastante vasta, a forma com que se
realiza este ritual difere de um templo para outro, mas em síntese
ocorrem os mesmos preceitos.
O ritual apresentado aqui ocorreu no Terreiro do Pai Maneco localizado na cidade de
Curitiba –PR.
As imagens foram
cedidas e autorizadas pela família.
Congá (altar)
Mesa do batizado contendo sal, azeite, água , vela e flores
OBJETIVO: Reconhecer os elementos simbólicos da
arquitetura religiosa das quatro matrizes.
ENCAMINHAMENTO:
Iniciar mostrando a imagem
externa de alguns terreiro de umbanda e falar um pouco sobre a arquitetura desse
local, destacando que na maioria das vezes, olhando de fora parecem casas mais
simples, por conta do preconceito e tradição dessa matriz.
Mostrar imagem de um dos pontos de destaque na arquitetura interna dos terreiros de Umbanda, o Congá.
Congá Terreiro Casa da Orquídeas
Congá Terreiro Pai Maneco
TEXTO DE APOIO PARA O PROFESSOR:
A IMPORTÂNCIA DO CONGÁ
texto adaptado de: http://tendadesantoantonio.blogspot.com/2015/04/a-importancia-do-conga.html
A palavra “congá” é de origem banto e é utilizada no ritual de umbanda para denominar o “altar sagrado” do terreiro. Este altar é composto de imagens de santos católicos, caboclos, preto-velhos, e outros.
O congá, normalmente, situa-se no fundo do terreiro, de frente para o público. É composto por uma mesa onde ficam as imagens e outros apetrechos religiosos e tem relação estreita com o que está embaixo: os assentamentos ou os fundamentos do terreiro. Sua disposição é diversificada, podendo haver imagens de Jesus Cristo (nunca crucificado), de santos, de guias, de anjos, ou símbolos representativos destas entidades, além de flores, copos com água, velas, pedras e livros. Um ponto em comum é a ausência de imagens de exu e pomba-gira. O congá, muitas vezes, é chamado de altar, em referência ao altar cristão.
O objetivo de se ter um altar num templo religioso é que ele se torna um ponto de força poderosa ao local, funcionando eletricamente como um portal, irradiador de energias positivas e facilitando o contato com esferas espirituais e dimensões paralelas à nossa, o que já é um fundamento. Um dos elementos mais usados e primordiais a um altar são as velas e podemos dizer até que dão vida ao altar. A vela tem o objetivo de captar as irradiações positivas que chegam de forma vertical (do alto) e os coloca em horizontal, assim nos deixando de frente com o Criador e divindades que assistem.
As velas colocadas (firmadas) com amor e fé estabelecem um elo de ligação maior e abrem o acesso à dimensão divina habitada por entidades. Assim como a vela ao “anjo da guarda” fortalece a influência benéfica que o mesmo exerce sobre nós.
As estátuas ajudam a elevar as vibrações mentais, pois ao olhar para elas começamos a nos lembrar da doutrina salutar e ensinamentos associados, aumentando a conexão da pessoa com tudo o que a estátua representa.
As pedras são condensadoras de energia e possuem vibração única, podendo trazer a força da natureza e dos sítios, aos quais foram retiradas, para dentro do ambiente e têm ligação com encantados da natureza que trabalham para a harmonização das vibrações do planeta. Diferentes pedras trazem energias diversas, por isso devemos estudá-las para conhecê-las.
A água é o principio da vida e da geração e o melhor veículo para o trato interno de nosso corpo. Podemos pedir às divindades que nos assistem para fluidificarem a água durante um ritual feito com fé e amor, onde a água passa a absorver essências etéricas que muito nos ajudará em todos os sentidos.
As flores e as ervas trazem as essências balsâmicas e curadoras que agem tornando o ambiente muito mais “leve” e benéfico. Trazem a ligação com o “espírito coletivo” ao qual fazem parte e se bem tratadas aumentam nosso benefício em sua convivência.
Os utensílios religiosos e magísticos, como os colares de contas (guias), espadas, cálices, podem ser consagrados e ter no congá um local seguro para sua purificação a partir de onde recebem uma força e sentido único.
Conversar com os estudantes sobre quem são os Orixás:
A definição correta para Orixá
é: “na umbanda, essas divisões da energia do criador são chamadas orixás” (Curso
de iniciação à Umbanda - Terreiro Pai Maneco, 2013);
Em seguida, cada estudantes recebeu uma imagem com representações de diversos orixás para compor o seu congá:
OBJETIVO: Reconhecer diferentes tipos de festas religiosas populares no Brasil, contemplando as quatro matrizes.
ENCAMINHAMENTO:
IEMANJÁ
De origem africana, Iemanjá é uma
entidade religiosa também conhecida como Rainha do Mar. No Brasil, reúne devotos de todos os cantos
(e também de outras religiões), que lhe fazem oferendas e pedem sua proteção
no Ano Novo (sabe aquela tradição de se vestir de
branco, pular sete ondas, jogar flores no mar?) e nos dias 2 de fevereiro, quando é celebrado o Dia de Iemanjá, segundo
o Candomblé e 8 de
dezembro, quando é
celebrado pelos adeptos da Umbanda. Em Salvador, na Bahia, ocorre, anualmente em fevereiro, a maior festa do
país em homenagem à Rainha do Mar. Milhares de pessoas percorrem as ruas do
bairro do Rio Vermelho em procissão, pescadores navegam em
cortejo com seus barcos carregados de flores e presentes, e fiéis na areia entregam
suas oferendas para a divindade em busca de sorte e proteção. Depois, há uma
série de shows e festas espalhados pela cidade.
No ano novo, e
em agradecimento pelo ano que se finda, são ofertados perfumes, espelhos,
barcos, cestas, frutas, flores e outros mais variados presentes.
Iemanjá, assim como todas as
Yabas (orixás femininos) é bem vaidosa, gosta de flores, perfumes, jóias e
escovas. O espelho, que também é bastante oferecido, é chamado de Abebé e é
característico da Rainha do Mar e também de outro orixá muito conhecido, Oxum.
As oferendas que são ofertadas em água doce ou salgada tendem a obedecer a
correnteza e o ideal é que sejam entregues em alto mar. O orixá aceita os
presentes quando o barco navega um pouco e depois afunda.
Destacar na canção os diferentes nomes de Iemanjá.
Realizar dobradura simples de um barquinho para colar no caderno, pedir que as crianças desenhem flores, espelhos, frutas, joias, escovas de cabelo e outros presentes representando o barco oferecido a Iemanjá