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sábado, 8 de setembro de 2018

Festas religiosas_ Matriz Indígena_Kuarup

CONTEÚDO: Festas religiosas

OBJETIVO: Reconhecer diferentes tipos de festas religiosas populares no Brasil, contemplando as quatro matrizes.

ENCAMINHAMENTO:

Iniciar questionando com as crianças:

·         O QUE ACONTECE DEPOIS QUE MORREMOS?
·         SERÁ QUE A MORTE PODE SER UMA FESTA RELIGIOSA?

Comentar que para os indígenas a morte é celebrada em um grande ritual chamado KUARUP, falar um pouco sobre como acontece no ritual.
 
Kuarup: O ritual xinguano de despedida dos Mortos



Os povos indígenas do Xingu se despedem de seus mortos celebrando o Kuarup, um alegre ritual de encerramento do luto. “Os mortos não gostam de ver os vivos tristes”, acreditam. Por essa razão, fazem uma festa exuberante, onde os “kuarup”, que são troncos de madeira decorados, representam o espírito dos mortos.
Diz a lenda que o Kuarup começou quando o Pajé Mavutsinim preparou seis troncos para trazer de volta à vida seis pessoas que tinham morrido em sua aldeia. Depois de avisar que quem tivesse relações sexuais não deveria sair de suas malocas, o pajé começou, com sucesso, o ritual da ressurreição.

Tudo ia bem até que um índio que estava namorando desobedeceu ao aviso e se aproximou do pajé. Naquele momento, os troncos pararam de se mexer. Muito triste, o pajé disse que dali por diante os Kuarup serviriam apenas para reverenciar os espíritos dos mortos. Desde então, por tempos imemoriais, o ritual é celebrado para agradecer pela convivência nesta vida e liberar os mortos para viverem em outro mundo.
Entre os Kuikuro, povo indígena que vive na região do Rio Kuluene, no Parque Nacional do Xingu, a cerimônia de dois dias é realizada sempre em noites de lua cheia, no mês de maio de cada ano, com a evocação dos espíritos por seus parentes e pelos povos amigos, por meio de danças, cânticos, rezas e momentos de lamentações, quando os índios choram pela última vez a partida de seus entes queridos.
A cerimônia começa na noite anterior, quando os troncos de madeira – um para cada pessoa encantada – são trazidos da floresta e colocados em linha reta no centro da aldeia pelos homens. Começam, então, a serem recortados em forma humana, pintados com faixas amarelas e vermelhas, e ornamentados com os principais objetos do morto.
Depois de preparar os Kuarup, os homens vão até as malocas e buscam as mulheres e as crianças. Em silêncio, as mulheres se aproximam dos “Kuarup” e, em voz baixa, quase sussurrando, expressam gratidão a seus mortos presenteando-os com braceletes, cocares e belas peças de plumagem.
Chegada a noite, os homens, com seus corpos pintados e ornamentados, fazem a belíssima dança do fogo. Carregando archotes de palha em fogo, os homens cantam canções míticas e dançam a passos cadenciados ao som dos maracás, até a chamada do pajé, que evoca Tupã, implorando pela ressurreição dos mortos.
A dança dos homens termina no momento em que a lua cheia alcança seu máximo esplendor. Os homens então se dispersam em pequenos grupos e só o pajé, acompanhado pelas mulheres, continua entoando cânticos até o dia amanhecer. O nascer do sol traz, nos cânticos do pajé, de volta à vida os encantados.
Começa, então, a dança da vida. Cada “atleta” da aldeia traz no ombro uma longa vara verdejante, significando a vida das últimas crianças que nasceram na comunidade. Em um grande círculo, formado ao redor dos “Kuarup”, os “atletas” reverenciam os espíritos, agradecem pelos nascimentos, e em seguida se dispersam e se juntam às suas famílias, ou clãs.
Terminada a homenagem às novas vidas, os clãs da aldeia e os grupos convidados começam uma luta parecida com uma luta romana a que chamam “Uka-Uka”. Depois, em procissão e em festa, levam os “Kuarup” até o rio e encerram a cerimônia entregando-os às águas, para que possam ser levados para a vida em outro mundo.
Assim se resumem os vários relatos do Kuarup, contados por indígenas e não indígenas.


Curiosidade;


Fosse uma Olimpíada do Ocidente, Huka-Huka seria classificada como um tipo de arte marcial. Entre os povos indígenas do Xingu, Huka-Huka é a dança-luta que encerra o Kuarup, o ritual de celebração da ressurreição dos mortos.

É uma das maiores festas tradicionais indígenas. Trata-se de uma reverência aos mortos, representados por troncos de uma árvore sagrada chamada Kam´ywá. É uma cerimônia dos índios do Alto Xingu, em Mato Grosso.
Kaurup se incia sempre no sábado pela manhã. Os índios, com muita dança e canto, colocam os troncos em frente ao local onde os corpos dos homenageados estão enterrados. Os filhos, filhas, esposas e irmãos choram o ente perdido e enfeitam o tronco que simboliza o espírito que se foi.
O tronco é pintado com tinta de jenipanpo e envolvido com faixas de linhas amarelas e vermelhas. Sobre o tronco enfeitado são colocados objetos pessoais do homenageado como: o cocar de penas de gavião, o colar feito de conchas, a faixa de miçangas usada na cintura e outros objetos. Cada morto é representado por um tronco de árvore.
A cerimônia do Kaurup realiza-se, tradicionalmente, nos meses de agosto e setembro, os mais secos do ano e que antecedem as grandes chuvas.




Proposta I:

Cada estudante  recebeu  um tronco e um cocar para colorir e compor sua festa Kuarup no caderno ao som da música:


 KUARUP - A FESTA DOS ESPÍRITOS_ Boi Garantido 2018

















Produção estudantes:

Escola Municipal Anísio Teixeira

Escola Municipal Anísio Teixeira

Escola Municipal Anísio Teixeira

Escola Municipal Anísio Teixeira

Escola Municipal Anísio Teixeira

Escola Municipal Anísio Teixeira



Proposta II:

Ouvir a música KUARUP - A FESTA DOS ESPÍRITOS_ Boi Garantido 2018  e em duplas ou trios  realizar a  ilustração da festa Kuarup em papel bobina. 
Cada dupla ou trio vai receber a letra da música para acompanhar.



Heia, ha, ha, Huka-Huka
Heia, ha, ha Huka-Huka
Heia, ha, ha Huka-Huka
Heia, ha, ha Huka

Kuarup, Kuarup
Kuarup, Kuarup
Kuarup

Toras de madeira são pintadas e emplumadas com penas sagradas
Pra celebração

E no clarão da lua na grande aldeia Xingu
Flautas sagradas ressoam no ar
Anunciando a festa dos mortos
Rito milenar

Kuarup, Kuarup
Kuarup Kamayurá
Kuarup, Kuarup
Kuarup Kamayurá

E dançam todos os pajés
Convocam todas as nações
Todos os clãs, todas as tribos para a festa do Xingu
Em cada pintura corporal
Transcende o ser animal
Na visão Mavutsinim
O mundo sobrenatural

Clã do gavião
Clã da onça-pintada
Clã da serpente sucuri
Clã do macaco uacari
Clã do lagarto iguana
Clã da arara vermelha
Cantam as tribos na aldeia
É dança, é festa no Xingu

Kuarup, Kuarup
Kuarup Kamayurá
Kuarup, Kuarup
Kuarup Kamayurá

Tocam as flautas
Para receber o espírito do kariwa
Orlando Villas-Boas
No ritual Kuarup Tupi
Da resistência tribal milenar

Salve os povos do Xingu



Proposta III:

Confeccionar um KUARUP com rolo de papel toalha ou higiênico, individual ou em duplas com materiais diversos.

Escola Municipal Anísio Teixeira

Escola Municipal Anísio Teixeira

Escola Municipal Anísio Teixeira