CONTEÚDO: Festas religiosas
OBJETIVO: Reconhecer diferentes tipos de festas religiosas populares no Brasil, contemplando as quatro matrizes.
ENCAMINHAMENTO:
Iniciar questionando com
as crianças:
·
O
QUE ACONTECE DEPOIS QUE MORREMOS?
·
SERÁ
QUE A MORTE PODE SER UMA FESTA RELIGIOSA?
Comentar
que para os indígenas a morte é celebrada em um grande ritual chamado KUARUP,
falar um pouco sobre como acontece no ritual.
Kuarup: O ritual xinguano de
despedida dos Mortos
Zezé Weiss
09.02.2015 Cultura, Povos Indígenas
Os
povos indígenas do Xingu se despedem de seus mortos celebrando o Kuarup, um
alegre ritual de encerramento do luto. “Os mortos não gostam de ver os vivos
tristes”, acreditam. Por essa razão, fazem uma festa exuberante, onde os
“kuarup”, que são troncos de madeira decorados, representam o espírito dos
mortos.
Diz a lenda que o Kuarup começou quando o Pajé Mavutsinim preparou seis
troncos para trazer de volta à vida seis pessoas que tinham morrido em sua
aldeia. Depois de avisar que quem tivesse relações sexuais não deveria sair de
suas malocas, o pajé começou, com sucesso, o ritual da ressurreição.
Tudo ia bem até que um índio que estava namorando desobedeceu ao aviso e
se aproximou do pajé. Naquele momento, os troncos pararam de se mexer. Muito
triste, o pajé disse que dali por diante os Kuarup serviriam apenas para
reverenciar os espíritos dos mortos. Desde então, por tempos imemoriais, o
ritual é celebrado para agradecer pela convivência nesta vida e liberar os
mortos para viverem em outro mundo.
Entre os Kuikuro, povo indígena que vive na região do Rio Kuluene, no
Parque Nacional do Xingu, a cerimônia de dois dias é realizada sempre em noites
de lua cheia, no mês de maio de cada ano, com a evocação dos espíritos por seus
parentes e pelos povos amigos, por meio de danças, cânticos, rezas e momentos
de lamentações, quando os índios choram pela última vez a partida de seus entes
queridos.
A cerimônia começa na noite anterior, quando os troncos de madeira – um
para cada pessoa encantada – são trazidos da floresta e colocados em linha reta
no centro da aldeia pelos homens. Começam, então, a serem recortados em forma
humana, pintados com faixas amarelas e vermelhas, e ornamentados com os
principais objetos do morto.
Depois de preparar os Kuarup, os homens vão até as malocas e buscam as
mulheres e as crianças. Em silêncio, as mulheres se aproximam dos “Kuarup” e,
em voz baixa, quase sussurrando, expressam gratidão a seus mortos
presenteando-os com braceletes, cocares e belas peças de plumagem.
Chegada a noite, os homens, com seus corpos pintados e ornamentados,
fazem a belíssima dança do fogo. Carregando archotes de palha em fogo, os
homens cantam canções míticas e dançam a passos cadenciados ao som dos maracás,
até a chamada do pajé, que evoca Tupã, implorando pela ressurreição dos mortos.

Começa, então, a dança da vida. Cada “atleta” da aldeia traz no ombro uma
longa vara verdejante, significando a vida das últimas crianças que nasceram na
comunidade. Em um grande círculo, formado ao redor dos “Kuarup”, os “atletas”
reverenciam os espíritos, agradecem pelos nascimentos, e em seguida se
dispersam e se juntam às suas famílias, ou clãs.
Terminada a homenagem às novas vidas, os clãs da aldeia e os grupos
convidados começam uma luta parecida com uma luta romana a que chamam
“Uka-Uka”. Depois, em procissão e em festa, levam os “Kuarup” até o rio e
encerram a cerimônia entregando-os às águas, para que possam ser levados para a
vida em outro mundo.
Assim se
resumem os vários relatos do Kuarup, contados por indígenas e não indígenas.
Curiosidade;
Fosse uma Olimpíada do Ocidente, Huka-Huka seria classificada como um tipo de arte marcial. Entre os povos indígenas do Xingu, Huka-Huka é a dança-luta que encerra o Kuarup, o ritual de celebração da ressurreição dos mortos.
É uma das maiores
festas tradicionais indígenas. Trata-se de uma reverência aos mortos,
representados por troncos de uma árvore sagrada chamada Kam´ywá. É
uma cerimônia dos índios do Alto Xingu, em Mato Grosso.
O Kaurup se
incia sempre no sábado pela manhã. Os índios, com muita dança e canto, colocam
os troncos em frente ao local onde os corpos dos homenageados estão enterrados.
Os filhos, filhas, esposas e irmãos choram o ente perdido e enfeitam o tronco
que simboliza o espírito que se foi.
O tronco é pintado
com tinta de jenipanpo e envolvido com faixas de linhas amarelas e vermelhas.
Sobre o tronco enfeitado são colocados objetos pessoais do homenageado como: o
cocar de penas de gavião, o colar feito de conchas, a faixa de miçangas usada
na cintura e outros objetos. Cada morto é representado por um tronco de árvore.
A cerimônia do Kaurup realiza-se,
tradicionalmente, nos meses de agosto e setembro, os mais secos do ano e que
antecedem as grandes chuvas.
Proposta I:
Cada estudante recebeu um tronco e um cocar
para colorir e compor sua festa Kuarup no caderno ao som da música:
KUARUP - A
FESTA DOS ESPÍRITOS_ Boi Garantido 2018

Produção estudantes:
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Escola Municipal Anísio Teixeira |
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Escola Municipal Anísio Teixeira |
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Escola Municipal Anísio Teixeira |
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Escola Municipal Anísio Teixeira |
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Escola Municipal Anísio Teixeira |
Proposta II:
Ouvir
a música KUARUP - A FESTA DOS ESPÍRITOS_ Boi Garantido 2018 e em duplas ou trios realizar a ilustração da
festa Kuarup em papel bobina.
Cada dupla ou trio vai receber a letra da música
para acompanhar.
Heia, ha, ha, Huka-Huka
Heia, ha, ha Huka-Huka
Heia, ha, ha Huka-Huka
Heia, ha, ha Huka
Kuarup, Kuarup
Kuarup, Kuarup
Kuarup
Toras de madeira são pintadas e emplumadas com penas sagradas
Pra celebração
E no clarão da lua na grande aldeia Xingu
Flautas sagradas ressoam no ar
Anunciando a festa dos mortos
Rito milenar
Kuarup, Kuarup
Kuarup Kamayurá
Kuarup, Kuarup
Kuarup Kamayurá
E dançam todos os pajés
Convocam todas as nações
Todos os clãs, todas as tribos para a festa do Xingu
Em cada pintura corporal
Transcende o ser animal
Na visão Mavutsinim
O mundo sobrenatural
Clã do gavião
Clã da onça-pintada
Clã da serpente sucuri
Clã do macaco uacari
Clã do lagarto iguana
Clã da arara vermelha
Cantam as tribos na aldeia
É dança, é festa no Xingu
Kuarup, Kuarup
Kuarup Kamayurá
Kuarup, Kuarup
Kuarup Kamayurá
Tocam as flautas
Para receber o espírito do kariwa
Orlando Villas-Boas
No ritual Kuarup Tupi
Da resistência tribal milenar
Salve os povos do Xingu
Proposta III:
Confeccionar
um KUARUP com rolo de papel toalha ou higiênico, individual ou em duplas com
materiais diversos.