sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Memórias e símbolos - Práticas celebrativas - Lugares de peregrinação

 CONTEÚDO:

  • Memórias e símbolos

  • Práticas celebrativas

  • Lugares de peregrinação

OBJETIVOS:

  • Identificar as diferentes formas de registro das memórias pessoais, familiares e escolares (fotos, músicas, narrativas, álbuns ...).

  • Identificar e respeitar práticas celebrativas (cerimônias, orações, festividades, peregrinações, entre outras) de diferentes tradições religiosas das quatro matrizes.

  • Reconhecer as práticas celebrativas como parte integrante do conjunto das manifestações religiosas de diferentes culturas e sociedades.

  • Reconhecer locais de peregrinação existentes no Brasil.


CRITÉRIO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

  • Compreende que memórias pessoais, familiares, escolares, comunitárias e religiosas podem ser registradas de formas diferentes.

  • Reconhece as diferenças das práticas celebrativas nas quatro matrizes.

  • Reconhece alguns espaços de peregrinação, compreendendo sua função.


DESENVOLVIMENTO:

Vamos conversar sobre a diferença entre Turista e Peregrino


TURISTA X PEREGRINO

O TURISTA viaja, na maioria das vezes por diversão, escolhe seu destino por curiosidade ou

influência do mercado de consumo do lazer, e seu trajeto é apenas o modo de chegar a seu

destino.

O PEREGRINO busca cumprir suas promessas ou votos e realizar seu rito devocional, tornando assim possível a experiência do sagrado.



Existem muitas formas de se registrar uma peregrinação, na memória, através de objetos como esses:

SANTO ANTONIO TRAZIDO DE LISBOA

ROSÁRIO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA DE LISBO


IMÃ DE GELADEIRA DE NOSSA SENHORA DA PENHA 

VILA VELHA – ESPIRITO SANTO

QUADRO DE PORCELANA

OS ORIXÁS

BAHIA

CORRENTE E PINGENTE DO PAPA JOÃO PAULO II TRAZIDO DA ITÁLIA

IMÃ DE GELADEIRA NOSSA SENHORA DE NAZARÉ

PARÁ

ESCULTURA DE NOSSA SENHORA EM PEDRA SABÃO DE 

MINAS GERAIS


E também, através de fotos, como as que vamos ver agora.

 

Tudo começou quando os pescadores João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia foram encarregados de conseguir peixe para o banquete que a Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá iria oferecer a Dom Pedro de Almeida e Portugal, o Conde de Assumar, que na época também era o Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, e estava visitando a região, no período de 17 a 30 de outubro de 1717.

João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia, depois de colocar a imagem dentro do barco, puderam vivenciar a ação da Mãe de Deus. Os pescadores, que antes não tinham conseguido pescar nada, encheram as suas redes com uma quantidade abundante de peixes.

Antes de levarem os peixes para o banquete, entregaram a estátua a Silvana da Rocha Alves, esposa de Domingos, irmã de Felipe e mãe de João, que colocou num pequeno altar na casa da família, agradecendo a Nossa Senhora o milagre dos peixes.

Nascia ali uma devoção, reunindo todos os sábados os moradores da região para rezarem o terço e cantarem a ladainha.

https://www.a12.com/santuario/historia-de-nossa-senhora-aparecida-1717



Cristo RedentorMONUMENTO CRISTO REDENTOR

O monumento Cristo Redentor é uma famosa estátua de Jesus Cristo localizada no Rio de Janeiro, no morro do Corcovado. Por dia, o Cristo Redentor recebe, em média, 5 mil visitantes. O monumento tem 38 metros de altura, sendo que a estátua tem 30 metros e o pedestal 8 metros (esta altura é equivalente a um prédio de 13 andares).

O Cristo Redentor foi inaugurado no dia 12 de outubro de 1931, dia de Nossa Senhora Aparecida. Em 2007 ele foi eleito como uma das novas 7 Maravilhas do Mundo Moderno.


HISTÓRIA DO MONUMENTO CRISTO REDENTOR


Em 1859, o padre Pierre-Marie Boss teve a ideia de construir o monumento.  O cardeal Sebastião Leme, talvez o membro da Igreja Católica mais interessado em levar a frente o projeto foi quem promoveu campanhas de arrecadação de doações e buscou fundos para que o monumento fosse efetivamente erguido.

Nesta época surgiram várias propostas, mas a vencedora foi aquela que representava Jesus Cristo em pé, com os braços abertos, com uma postura que refletia uma atitude de amor e paz.

O arquiteto e engenheiro Heitor da Silva Costa foi o autor do projeto vencedor.

As mãos e a cabeça da estátua foram trabalhadas pelo escultor polonês-francês Paul Landowski sendo que a cabeça foi maioritariamente trabalhada pelo escultor romeno Gheorghe Leonida. Uma curiosidade: Landowski nunca pisou em solo brasileiro e jamais chegou a visitar o Cristo.


COMPOSIÇÃO DO MONUMENTO CRISTO REDENTOR E MANUTENÇÃO


O monumento é feito em concreto armado e pedra-sabão. Esta pedra que existe em grande quantidade no Brasil, além de ser bonita, apresenta elevada resistência à erosão.

Para compor o Cristo Redentor foram esculpidos milhares de triângulos de pedra-sabão que posteriormente foram colados em um tecido e aplicados na estátua tinham como objetivo proteger a estrutura de concreto armado. Perceba o detalhe dos encaixes no olho do Cristo:

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) o Cristo Redentor é atingido, em média, por cerca de seis raios ao ano.


Nem todo o monumento foi construído no nosso país. As mãos e a cabeça foram esculpidas em Paris e divididas em várias partes, que foram montadas no Brasil. A cabeça foi dividida em 50 peças e as mãos em 8 peças.

O Cristo Redentor é a segunda maior representação em escultura de Jesus Cristo do mundo, só ultrapassada pela escultura "Estátua de Cristo Rei" que se encontra na Polônia.


Fonte: https://www.culturagenial.com/monumento-cristo-redentor/ acesso em 19/05/2020





O Santuário foi idealizado a partir da Beatificação de Madre Paulina, pelo Papa João Paulo II, em 1991, quando um grande número de pessoas começou a visitar Nova Trento/SC, cidade onde Santa Paulina viveu e iniciou a obra das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, para conhecer, rezar, agradecer e pedir intercessão da primeira Santa do Brasil. “Não foram poucas as noites geladas que precisamos que levantar para oferecer um chá quente aos peregrinos que teimavam em ficar em barracas improvisadas, busca


de uma graça ou para agradecê-la”, argumenta Irmã Gertrudes Cadorin, que há 21 anos trabalha no Santuário.

Santa Paulina nasce em Vígolo Vattaro, Trentino Alto Ádige, na região norte da Itália, no dia 16 de dezembro de 1865 com o nome de Amábile Lúcia Visinteiner. 

Com os pais, irmãos e outras famílias da região, emigra para o Brasil em 1875 e, antes de completar dez anos, passa a morar na localidade de Vígolo, na cidade de Nova Trento, em Santa Catarina, na região sul do Brasil.

Santa Paulina morre aos 76 anos, na Casa Geral em São Paulo, dia 9 de julho de 1942, com fama de santidade, pois viveu em grau heroico as virtudes de fé, esperança e caridade e demais virtudes.

23 de setembro de 1966 – Eluíza Rosa de Souza (Imbituba-SC) sobrevive a uma hemorragia interna e choque irreversível. Em seu peito foi colocado um pedaço de roupa de Madre Paulina e ela foi curada.

18 de outubro de 1991 – Madre Paulina é Beatificada, em Florianópolis, por São João Paulo II.

5 de junho de 1992 – Iza Bruna Vieira de Souza nasce com um tumor da cabeça. Operada, sofre convulsões cerebrais e, aparentemente, sem chance de sobreviver. A avó coloca um retrato de Madre Paulina perto da menina. Vinte e quatro horas, depois de ser batizada, a menina recupera a saúde.

19 de maio de 2002 – Madre Paulina é Canonizada, na Praça de São Pedro, e passa a ser chamada de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus.

https://santuariosantapaulina.org.br/historia-santuario/


BASÍLICA SANTUÁRIO  DO SENHOR DO BONFIM


Senhor do Bonfim, uma representação de Jesus Cristo, é alvo de grande devoção, sobretudo em Salvador, capital do estado da Bahia. 

 

Como o culto ao Senhor do Bonfim chegou ao Brasil?

O culto ao Senhor do Bonfim foi trazido para o Brasil em meados do século XVIII. Essa devoção foi introduzida no país por Theodósio Rodrigues de Faria, capitão de mar e guerra da Marinha portuguesa que chegou a ocupar cargos na administração colonial. Theodósio era dono de três navios negreiros, que traziam escravos da África Ocidental para o Brasil.

Durante uma tempestade marítima, Theodósio prometeu que, caso sobrevivesse, faria um esforço e traria, pessoalmente, uma imagem do Senhor do Bonfim  para o Brasil.

Depois que o Senhor do Bonfim foi introduzido no Brasil, sua devoção tornou-se bastante popular em Salvador. Com o passar do tempo, esse culto foi sendo incrementado por novas tradições, como a prática da lavagem da escadaria e o uso das fitas como amuletos. 

Quando foi fundada a Igreja do Bonfim?

A construção da Igreja do Bonfim iniciou-se logo depois que Theodósio trouxe as imagens do Senhor do Bonfim ,em 18 de abril de 1745.  Em 1754, as obras internas da Igreja do Bonfim ficaram prontas.

 No dia 24 de junho daquele ano, aproveitando os festejos juninos, a imagem do Senhor do Bonfim foi transferida, em uma procissão, da Capela da Penha para a Colina do Bonfim. As obras da igreja encerraram-se em 1772, quando as torres da Igreja do Bonfim foram finalizadas.

Quando a fita passou a fazer parte da devoção do Senhor do Bonfim?


As fitas do Senhor do Bonfim foram criadas no século XIX e tornaram-se um amuleto da devoção.As fitas do Senhor do Bonfim foram criadas no século XIX e tornaram-se um amuleto da devoção. Uma das tradições mais conhecidas da Festa do Bonfim é o ato de presentear uma pessoa com uma fita do Senhor do Bonfim. A fita é um amuleto muito conhecido dessa devoção e, de acordo com a tradição, deve ser colocada no pulso de uma pessoa. Cada fita deve conter nós, que simbolizam um pedido feito silenciosamente ao Senhor. Em geral, cada fita amarrada no pulso contém três nós. Acredita-se que os pedidos serão atendidos quando a fita se romper.

As fitas do Senhor do Bonfim também têm uma forte relação com o sincretismo religioso, pois suas cores podem estar relacionadas com orixás oriundos de religiões de matriz africana.

Quando é realizada a Festa do Bonfim?

A Festa do Bonfim tem como ponto de partida uma procissão seguida pela lavagem da escadaria da Igreja do Bonfim. A festa inicia-se na quinta-feira que antecede o segundo domingo posterior ao Dia de Reis (6 de janeiro). As festividades relacionadas ao Senhor do Bonfim prosseguem nos dias seguintes e encerram-se no domingo.É uma festa tão tradicional que, em 2013, foi tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio imaterial do Brasil. A Igreja do Bonfim, por sua vez, é tombada desde 1938.


adaptado de : SILVA, Daniel Neves. "Senhor do Bonfim"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/senhor-bonfim.htm. Acesso em 19 de maio de 2020.

 

LAVAGEM DAS ESCADARIAS

Ainda segundo historiadores a lavagem remete à limpeza que era realizada na basílica para a festa em louvor ao Senhor do Bonfim, desde o século XVII / XIX, no segundo domingo após a Festa de Reis. Para que a comemoração fosse realizada, convocavam os negros escravizados eram convocados e obrigados a realizarem a lavagem da igreja na quinta-feira anterior ao evento.  Lembra-se que nos terreiros, esse também é um hábito antigo, tendo sido reinterpretado pelos escravizados, ao sincretizar o Senhor do Bonfim com Oxalá, sendo a sexta-feira, o dia regido por este Orixá. Por isso, os negros escravizados aproveitavam a ocasião para realizarem os preparativos para a homenagem a Oxalá. Os homens e mulheres vão vestidos à maneira africana (blusas e saias brancas e rendadas, pescoços ornados com as guias dos Orixás), munidas de vassouras e potes de barro com água de cheiro (água preparada com infusão de ervas aromáticas que, segundo o Candomblé, quando derramada na cabeça do fiel, livra-o de males como mal olhado).


Adaptado de : http://www.palmares.gov.br/?p=53021 acesso em 19/05/2020

 

 

 




PASSOS DE ANCHIETA – ANCHIETA, ESPÍRITO SANTO

“Os Passos de Anchieta” resgata o caminho percorrido por São José de Anchieta, já em seus últimos dias de vida. 

Padre José de Anchieta, missionário da Companhia de Jesus, também conhecido como o apóstolo do Brasil, foi assim distinto pelo fato de ter participado do início da catequização em terras brasileiras. José de Anchieta foi beatificado em 1980 e canonizado em 2014.

José de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534, em Tenerife, Arquipélago das Canárias – Espanha. Estudou em Portugal e, decorrente da doença de ossos de que sofria, por orientação médica, foi ainda noviço para o Brasil onde, através do contato com os índios aprendeu a linguagem indígena e passou a comunicar e a defendê-los dos colonizadores portugueses.

Com a finalidade de ensinar e catequizar os nativos, José de Anchieta participou da fundação do colégio da vila de São Paulo, que viria a ser mais tarde a própria cidade de São Paulo, com esse nome porque no dia da sua fundação, 25 de janeiro de 1554, é comemorado o dia do apóstolo São Paulo.

José de Anchieta acumulou várias funções durante a sua vida. Para além de padre jesuíta, foi historiador, gramático, teatrólogo, poeta e, assim, merece lugar de destaque na literatura brasileira, dada a riqueza e relevância dos seus trabalhos.

A caminhada reúne um grande número de participantes, que começam o trajeto sempre na data de Corpus Christi.  No trajeto, é possível apreciar as paisagens que inspiravam o santo e “mergulhar” nas reflexões que a jornada oferece.

Essa programação religiosa é a quarta do tipo no mundo. Como ela existe a os famosos percursos de Santiago de Compostela, na Espanha; a trilha da Terra Santa, em Jerusalém; e a de Roma, na Itália.

No Brasil, destaca-se o dia de José de Anchieta na data do seu falecimento, que ocorreu no dia 9 de junho de 1597.

Além disso, o nome da cidade onde ele faleceu - antiga Iriritiba ou Reritiba, no Espírito Santo, atualmente tem o nome de Anchieta, bem como uma das principais estradas de São Paulo recebe o nome de Rodovia Anchieta.

O primeiro roteiro cristão das Américas, dura 3 dias, e percorre 100 km iniciando na  Catedral Metropolitana, no Centro de Vitória e terminando no Santuário Nacional São José de Anchieta.


Adaptado de https://setur.es.gov.br/Not%C3%ADcia/os-passos-de-anchieta-caminhada-resgata-a-memoria-de-sao-jose-de-anchieta e https://www.todamateria.com.br/padre-anchieta/


Para finalizar, vamos jogar ADIVINHE O LUGAR.

Jogo disponível na videoaula de numero 7: